Analisa-se a inter-relação entre os processos de intensificação agrícola que levaram à introdução de novas plantas na Galiza (milho e batata) e a crescente necessidade de fertilizantes orgânicos (estrume feito com toxo, e outros como argazo, patexo, escamallo, etc.), tendo como objetivo avaliar as mudanças provocadas no sistema agrário galego entre os séculos XVII e XIX, onde se verifica um aumento da produtividade agrícola a fim de garantir a alimentação de uma população camponesa em crescimento.
Nas culturas hortícolas no Norte de Portugal, especificamente na olericultura, a partir da segunda metade do século XIX, denota-se uma maior abertura para, em vez de fertilizantes tradicionais, como lamas, bagaço de sementes e estrumes, se usar, de forma paulatina, adubações azotadas, fosfatadas e potássicas. O aconselhamento feito nas revistas científicas e as práticas efetuadas nos campos articulavam-se com as variedades que deviam ser usadas e os tratamentos fitossanitários necessários para evitar a propagação de certas pragas.
Nos séculos XVIII e XIX, as comunidades costeiras no Minho recorriam à terra e ao mar para obter fertilizantes usados no cultivo dos campos agrícolas menos produtivos e compostos quase unicamente por areia. Com o mato, margas, algas e moluscos, fertilizavam-se os campos agrícolas e alimentava-se uma elevada densidade populacional. Em Trás-os-Montes, a prática agro-silvo-pastoril garantia a fertilização orgânica do solo. Com o aumento da população, a transferência de nutrientes entre pastagens e campos agrícolas foi ameaçada pelo alargamento da área cultivada para produção de bens alimentares, provocando um desequilíbrio na reposição de matéria orgânica no solo.