O conceito de retro inovação refere-se à combinação entre conhecimentos tradicionais, frequentemente marginalizados, e conhecimento técnico e científico recente, na procura de soluções para desafios atuais e futuros, como seja a sustentabilidade do sistema alimentar. Presume-se que, estudando os sistemas de produção tradicionais, os investigadores poderão compreender melhor a dinâmica dos sistemas complexos nos quais opera a agricultura, permitindo a conceção de práticas e modos de produção modernos e mais sustentáveis.
De entre estas práticas tradicionais destacamos, como possível foco de interesse e análise: i) os sistemas tradicionais de produção agrícola, como por ex. os regadios tradicionais, os sistemas agroflorestais ou a sucessão, rotação e consociação de culturas específicas; ii) as produções ligadas ao território, em particular as baseadas em variedades tradicionais e raças autóctones; iii) os sistemas tradicionais de extração ou primeira transformação de produtos agrícolas, tais como o mel, cogumelos e frutos silvestres, plantas aromáticas e medicinais, conservas vegetais, a salga, o fumeiro, etc.; iv) a reinvenção de antigas práticas sociais ligadas à produção agrícola, sua patrimonialização e utilização em novas procuras de lazer e turismo, de que são exemplos a utilização de bens comunitários (baldios, moinhos, fornos, bois, …), entreajuda, transumância, vezeiras, chegas de bois, etc.
Nesta sessão é encorajada a submissão de resumos de trabalhos e experiências focados na retro inovação na produção agrícola e no sistema alimentar, visando a discussão e o fortalecimento desta área de trabalho em Portugal e a criação de uma rede de investigadores nela interessados.